Oh lua cheia!
Cheia de graça
Esse teu bojo
Está repleto de cachaça;
Apague a luz
Sem ninguém ver,
Abre-te ao meio
O teu recheio
Tô danado pra beber.
Tu não és mais
Que um garrafão,
Aqui me tens
Em sacra-santa devoção.
Oh vagabunda lá do espaço
Abre teus braços
No mesmo passo
Vamos tomar
Um formidável bom pifão.
Lua pau d'água
A minha mágoa
É não me ver
No alambique a noite inteira,
Tendo a ti por companheira
Na sempre eterna bebedeira
E na ressaca habitual.
Oh lua amada
Vou procurar um bom
Lugar pra descansar,
Antes que o tal guarda-noturno
Que é malvado sem igual
Venha aqui destruir meu recital.
Por ti oh lua
Nem água Arrais
Só bebo chumbo
Derretido e peço mais;
Me encontrarás no botequim
Fiel ao que te prometi
De que não bebo nunca mais
De hoje pra trás...
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