domingo, 26 de julho de 2009

Quem sabe os céus se recriem
Mudando a estrutura dos átomos,
Transformando bósons e hádrons
Fotos e os fatos
Sem esperar pelo acaso.

E num grandioso acidente
As formas imitem Picasso
Dissolvem o óbvio presente
Entoam um novo compasso.

Passo a passo, planejando
Apoteose plena
Concluo pasma:
-“Eu posso!”

Rasgo todo o espaço
Transcendo qualquer espelho
Cromo luminosas aquarelas
E tetos de vidros, destelho.

E todo meu instinto
Todo meu desejo,
Tudo o que sinto
Memória do seu beijo,
Toda minha carne
Volição da minha alma,
Toda minha arte
Que expressa minha dor,
Transformam-se.

Êxtase, júbilo instante
Nesse meu amanhecer.
Serei guardiã dos meus olhos
Cujas vias por um céu dourado
e poeticamente modificado
trarão você!

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