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Já não há mais amigos lampeiros
Para acenderem as ruas da cidade,
A luz chega iluminando letreiros
É nosso lembrete de modernidade.
Nem há canto choroso dos seresteiros
Que declamavam exalando mocidade,
Os acordes dos amores nos violeiros
Perdeu-se o tom, virou mediocridade.
Poetas apaixonados exaltando amor
Nos belos versos as musas amadas,
Sofria-se com o cotovelo a dor
Nostalgia nas lagrimas derramadas.
Onde foi parar o sentimentalismo
Que inspirava poetas apaixonados?
Robertos, Martinhos, Vinicius,
Amores platônicos, enamorados?
Sair à noite não é mais aventura
Na esquina escondem-se marginais,
E lá se vão às boas conjecturas
De curtir momentos especiais.
Estregar-se aos braços de Orfeu
Para ouvir a lira do coração,
Que saudades dos encantos do breu
Sob mal iluminados postes de lampião!
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